O que é o Amor afinal?

   As pessoas falam muito de amor. Dizem isto e aquilo, só porque o lêem em frases bonitas, o assistem em cenas de filmes românticos, mas senti-lo de forma esmagadora dentro do seu coração é outra conversa. As pessoas nunca vão saber o que tu sentes, o que tu amas ou o que tu sofres, até ao momento em que sejam elas a passar pelo mesmo. É sempre assim.

Eu falo de amor, mas disso eu posso falar, porque o conheço. Conheço o lado bom e o lado mau. Não posso ser cínico e dizer que o amor é só belo, só felicidade… não, o amor é muita dor, muito sacrifício, muito sofrimento à mistura também. O amor fere-te, magoa-te, transforma-te mas leva-te às nuvens também. Eu aprendi a amar de várias formas contigo. No início levaste-me às nuvens, ao poder incomparável dos sonhos cor-de-rosa que imaginamos dentro da nossa mente, fizeste-me acreditar no “para sempre”, nas juras e promessas de amor, levaste-me a imaginar um futuro diferente, daquele que hoje já conheço e já vivi, e que agora é apenas passado. Depois de te ires, conheci o sofrimento, a dor da mágoa, os soluços do choro, as noites em claro e os dias sem sentido. Perdi-me e transformei-me num rapaz desconfiado, frio e medroso. Mudei. Ou melhor, tu mudaste-me. Depois quando voltaste, aprendi a acreditar apesar das desconfianças, aprendi a perdoar apesar do mal que me infligiste, aprendi a dar-me mesmo com reservas, aprendi a confiar apesar de desconfiar do mundo, aprendi a voltar a dar-me para no fim, voltar a sair magoado. Aprendi com isto, que o amor só é verdadeiro, se souberes perdoar, e arriscar, apesar dos medos que te assombram e te ocupam a mente.

Já o meu avô me dizia: “O amor não é para fracos nem para cobardes. O amor é para os que tentam e arriscam. Os que enfrentam os seus próprios demónios. Os que têm a coragem de perdoar, e aceitar as diferenças. Os que, arriscam até a própria vida, em nome de um grande amor. Os que atravessam desertos e mares, só para atingirem o abraço e o beijo mais puro. O amor só pode ser amor, quando tu estás disposto a dares-te, e a entregar tudo o que tens, a outra pessoa. O amor é dividir, é partilhar, é aprender a viver de outra forma, não só feliz, mas também aprender a lidar com as feridas que ele nos faz…”